A transição dos automóveis que utilizam combustíveis fósseis para os carros híbridos eletrificados é influenciada quase na totalidade pela vertente dos custos e não pela preocupação ecológica que normalmente está mais visível nas campanhas dos mais variados produtos que vamos conhecendo diariamente.
Atualmente, a aquisição de um automóvel eletrificado ainda requer um investimento superior ao de uma convencional opção de motor térmico, sendo que há diversos fatores que começam a influenciar consideravelmente a decisão dos próprios consumidores.
Em primeiro lugar, o constante aumento dos combustíveis, que nos leva a equacionar muito mais os custos de utilização de um automóvel, seja ele qual for. E depois, há também o facto de haver diversos construtores que estão quase totalmente focados no desenvolvimento de novos modelos eletrificados e que deixam os restantes para segundo plano. Novamente, por uma questão de custos, uma vez que há sanções elevadas para os construtores que não cumprirem um teto máximo em termos de emissões poluentes.
No cenário atual, quem ainda não se encontra determinado a fazer a transição para um automóvel totalmente elétrico, é bem capaz de optar inicialmente por uma solução híbrida, uma vez que esta representa uma abordagem a dois mundos diferentes num só automóvel e não se encontra dependente de uma tomada elétrica para continuar a viagem. Mas mesmo assim, há alguns mitos que devem ser desmistificados.
5 mitos sobre carros híbridos
Os carros híbridos dependem completamente do motor de combustão interna
Há, basicamente, dois tipos de sistemas híbridos que dependem desse mesmo sistema para carregarem a bateria: os mild-hybrid (MHEV) ou os híbridos convencionais (HEV). No primeiro caso, trata-se de um sistema elétrico um pouco mais potente do que a convencional bateria de 12V, havendo sistemas de 24V ou de 48V. Contam com uma bateria independente para o armazenamento de energia e funcionam em conjunto com um componente que substitui em simultâneo o motor de arranque e o alternador, o que beneficia sistemas como o start/stop nos semáforos, por exemplo.
A principal vantagem dos sistemas mild-hybrid é a sua capacidade de ajudar o motor de combustão quando este precisa de um “empurrão”, ainda que sejam poucos os que consigam fazer locomover o carro de uma forma autónoma, dispensando o motor térmico.
Na segunda opção, os sistemas híbridos convencionais já incluem um motor elétrico capaz de fazer locomover o carro, permitindo que o motor térmico se desligue e se circule em modo 100% elétrico em zonas planas, em descidas ou em situações que não exijam grande esforço. Para isso, está lá o motor térmico. A grande vantagem é que, alternando entre os dois, as médias de consumo conseguem ficar muito mais reduzidas. Para carregar a bateria do sistema elétrico, é aproveitada a energia captada nas desacelerações e na travagem, mas esta também pode ser fornecida pelo motor térmico, caso a bateria fique com uma carga mais reduzida.
Os híbridos têm uma manutenção demasiado cara
A manutenção dos híbridos não é muito diferente dos modelos que contam apenas com um motor térmico, bem pelo contrário. Ao incluir um sistema híbrido, a durabilidade de diversos componentes até se pode prolongar, uma vez que o motor de combustão não tem de fazer tanto esforço para fazer o carro andar, já que o motor elétrico consegue sempre dar uma ajuda. Em paralelo, com a presença de um sistema de regeneração de energia na travagem, componentes como os discos e as pastilhas de travão acabam por ter uma utilização menos intensa, durando mais tempo.
Os híbridos precisam de ser ligados à corrente para carregar
O híbrido plug-in é o terceiro tipo de sistema, além dos outros dois de que lhe falámos mais acima. O facto de ser um “plug-in” significa que também está presente a possibilidade de carregar o sistema elétrico através da rede, ou seja, ligando o carro a uma tomada. Por norma, os sistemas híbridos plug-in incluem motores elétricos mais potentes e baterias de maior capacidade, permitindo que se consigam autonomias máximas próximas dos 100 quilómetros em alguns modelos, sem sequer utilizar o motor de combustão, ou seja, em modo puramente elétrico.
No entanto, estes sistemas não dependem dessa ligação à corrente para funcionar. Caso se esgote a energia elétrica, o sistema híbrido continua a poder circular usando apenas o motor de combustão, ainda que não seja a opção mais eficiente. Além disso, o sistema continua a enviar energia para a bateria através da regeneração captada nas desacelerações ou durante a travagem, tal como acontece nos sistemas híbridos convencionais.
Os híbridos são afinados para uma eficiência máxima e não para performance
Sim, é verdade que os sistemas híbridos têm a missão de otimizar o gasto de energia, mas não é por isso que a performance fica esquecida. Aliás, com a adição de um ou mais motores elétricos, os motores de combustão podem ser mais compactos e por isso mais leves, ao mesmo tempo que, na maioria dos casos, o trabalho conjunto do sistema elétrico com o motor térmico, faz com os valores de potência consigam ser mais elevados e, por isso, oferecer melhores prestações.
As baterias dos híbridos não duram muito tempo
É outro mito que precisa de ser desmitificado, uma vez que este é daqueles que já afastou diversas pessoas mais curiosas por este tipo de sistema. As baterias dos sistemas elétricos dos automóveis têm sido cada vez mais evoluídas ao longo dos últimos anos, sendo dos componentes mais duradouros de um automóvel, especialmente se for bem conservada através de uma utilização correta. Além disso, as baterias dos sistemas híbridos são muito mais compactas do que as de um automóvel 100% elétrico e por isso, mais acessíveis. Ainda assim, a grande maioria dos construtores, tem incluída uma garantia específica para este componente, que costuma ser bem mais longa do que a do próprio automóvel.
Fonte: StandVirtual